REVOLUÇÃO FRANCESA
(...) É preciso punir
não apenas os traidores, mas até os indiferentes; punir quem quer que seja
passivo na República e não faça nada por ela; pois desde que o povo francês
manifestou sua vontade, tudo que se opõe a ele está fora da soberania...é seu
inimigo.
Saint
Just (deputado jacobino)
1. Sobre a Revolução Francesa, julgue os itens abaixo:
(1) A Revolução teve
início quando os jacobinos se rebelaram contra o pagamento dos impostos, proposto
por Luís XVI nas Assembléias dos Estados Gerais, pois lutavam pela manutenção
de seus antigos privilégios.
(2) A fase mais radical
da Revolução, a época do Terror, resultou da concentração dos poderes nas mãos
de Robespierre, que opunha-se a qualquer princípio republicano.
(3) A burguesia
republicana (girondinos) enfrentou em 1796 a reação dos igualitaristas radicais e dos
jacobinos, em um movimento conhecido como Conspiração dos Iguais.
(4) Napoleão assegurou
à burguesia a estabilidade política e pôs fim aos distúrbios provocados pela “esquerda”
igualitária e pela reação monarquista.
(5) A Revolução
Francesa dominou a história, a própria linguagem e o simbolismo da política
ocidental desde sua irrupção até o período que se seguiu à Primeira Guerra
Mundial.
2. A revolução
burguesa de 1789 representou uma mudança qüalitativa nas relações estabelecidas
na França e, por extensão, a toda Europa. Sobre ela podemos dizer:
(1) as relações servis
de produção, ainda existentes, dificultavam as práticas capitalistas a toda
economia francesa.
(2) o despotismo
monárquico contrariava os interesses aristocráticos, mas satisfazia as
intenções financeiras da burguesia.
(3) a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
aboliu as prerrogativas feudais, mas não permitiu a emancipação definitiva do
campesinato.
(4) à época do
"Terror" houve a eliminação das dissidências políticas e a efetiva
organização do poder popular.
(5) a ascensão de
Napoleão representou a consolidação das conquistas burguesas e o impedimento para
o avanço das reivindicações populares.
(6) os partidos
girondinos e jacobinos não possuíam diferenças substanciais, porque seus
componentes pertenciam a uma mesma base econômica.
Em sua forma mais
geral, a ideologia de 1789 era a maçônica, expressa com tão sublime inocência
na Flauta Mágica de Mozart (1791), uma das primeiras grandes obras de arte
propagandísticas de uma época em que as mais altas realizações artísticas
pertenceram tantas vezes à propaganda. Mais especificamente, as exigências do
burguês foram delineadas na famosa Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, de 1789.
Eric
Hobsbawn. A Era das Revoluções
3. Julgue os itens
abaixo a respeito da Revolução Francesa de 1789:
(1) O pensamento
liberal do século XVIII remonta à contribuição do inglês John Locke, para quem
a propriedade privada era um direito natural e inviolável.
(2) A primeira brecha
no fronte do absolutismo foi uma “assembléia de notáveis” escolhidos a dedo,
mas assim mesmo rebeldes, convocada em 1787 para discutir o fim dos privilégios
do 1o e 2o estado.
(3) A Revolução
Francesa envolveu distintos setores e ideologias: a nobreza realista e
conservadora; a alta burguesia liberal; e os jacobinos, representantes da
pequena burguesia, “sans-culotte” e camponeses, que defendiam os interesses
populares.
(4) A Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão era um manifesto contra a sociedade hierárquica
de privilégios e, ao mesmo tempo, um manifesto a favor de uma sociedade
igualitária e democrática.
(5) O burguês clássico
de 1789 não era um democrata, mas sim um devoto do constitucionalismo, de um
Estado secular com liberdades civis e garantias para a empresa privada e de um
governo de contribuintes e proprietários.
4. Entre as revoluções liberais do século XVIII
sobressai a francesa, de 1789
a 1815. Pode-se, então, afirmar que:
(1) na verdade, foi uma
revolução com três visões revolucionárias distintas: a da burguesia, a do campesinato
e a dos sans-culottes.
(2) foi marcada, em sua
primeira etapa, por um governo de compromisso entre a burguesia e a nobreza,
materializado no regime monárquico-parlamentar.
(3) atingiu seu ponto
máximo de radicalização popular no período do Thermidor.
(4) tem na figura de
Napoleão Bonaparte o seu consolidador, aquele que levou os princípios burgueses
a grande parte da Europa.
(5) serviu de
inspiração aos colonos ingleses da América do Norte, para o início de sua luta
pela independência.
(6) foi responsável
pelo Bloqueio Continental, ampla medida protecionista e militar para vencer a
concorrência inglesa.
5. Leia o texto a
seguir, escrito em janeiro de 1789 pelo abade Sieyés, personagem que presenciou
todas as etapas da Revolução Francesa.
O plano desse
escrito é muito simples. Temos três questões a tratar: 1) O que é o Terceiro
Estado? Tudo. 2) Que foi ele até o presente na ordem política? Nada. 3) Que
solicita? Tornar‑se alguma coisa. (...) Mas de que Ihe serviria participar dos
Estados Gerais se o interesse contrário ao seu aí predominasse? O povo apenas
consagraria pela sua presença a opressão de que ele seria vítima eterna.
Com o auxílio
das informações contidas no texto, julgue os itens seguintes, relativos às
origens da Revolução Francesa de 1789:
(1) Os Estados Gerais, assembléia francesa desativada
pelo vigoroso absolutismo vigente, foram convocados às vésperas da Revolução,
na tentativa de se encontrarem saídas para a crise geral que abalava o país.
(2) A composição dos Estados Gerais refletia a
divisão da sociedade em três ordens: clero, nobreza e terceiro estado, este com
um número de representantes compatível com sua dimensão na sociedade francesa,
isto é, uma bancada superior à das outras ordens juntas.
(3) A questão de como seria o sistema de votação impediu
o funcionamento dos Estados Gerais: enquanto clero e nobreza defendiam o voto
por ordem, o terceiro estado não abria mão do voto por cabeça.
(4) A Revolução teve início quando os
representantes do terceiro estado afastaram‑se dos Estados Gerais.
6. Na passagem do
século XVIII para o XIX, até meados deste, implantou-se definitivamente o
capitalismo e suas crises inerentes. Nesse período constatamos que:
(1) a Revolução
Francesa foi um ponto de partida para a consolidação da burguesia no controle
dos Estados na Europa Ocidental.
(2) o monopólio
comercial foi um mecanismo que acelerou a acumulação primitiva do capital e, conseqüentemente,
o advento da indústria, mas, paradoxalmente, a difusão desta exigia a extinção
do monopólio.
(3) com a tomada da
Bastilha, a 14 de julho de 1789, o "grande medo" toma conta da
França; as massas populares assumem o controle político do Estado, abolindo os
privilégios feudais e proclamando a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão.
(4) o Congresso de
Viena (1815) redimensionou o espaço ocidental, retardando o processo de
industrialização na Alemanha e na Itália.
7. Sobre a Revolução
Francesa e a ascensão de Napoleão Bonaparte,
julgue os itens abaixo:
(1) A Revolução
Francesa (1789/1799) foi uma revolução burguesa. Voltou-se contra o Absolutismo
dos Bourbons e os privilégios da nobreza e do clero que entravavam o
desenvolvimento do capitalismo.
(2) Dentre as fases da
Revolução estão: a Assembléia Nacional (fase moderada); Assembléia Legislativa
(fase de transição); a Convenção Nacional (a revolução atinge seu ponto máximo
de "ebulição"); e o Diretório (fase de instabilidade política e econômica).
(3) Graco Bebeuf, chefe
da Conjuração dos Iguais, é considerado um revolucionário marxista.
(4) Napoleão Bonaparte,
em 9 de novembro de 1799, aplica o Golpe do 18 do Brumário e toma o poder,
implantando o Consulado.
O Congresso de Viena
foi orientado sobretudo pelo princípio da legitimidade e pelo ideal do equilíbrio
europeu. (...) O espírito conservador, assumido pelos delegados de Viena,
contribuiu para uma política agressiva de conquista de mercados, praticada
pelas potências européias, gerando rachaduras
no edifício político europeu.
Myriam B. Mota & Patrícia
R. Braick.
História
das Cavernas ao Terceiro Milênio
8. Sobre o Congresso de Viena e a conjuntura européia da
primeira metade do século XIX, julgue os seguintes itens:
(1) As decisões do
Congresso de Viena, de caráter conservador, impediram a eclosão de movimentos
liberais na Europa.
(2) A Inglaterra
desenvolveu uma “política agressiva de conquista de mercados”, que incluiu o
apoio às independências latino-americanas e que concorreu para o fracasso
relativo da Santa Aliança.
(3) A Europa, equilibrada
em suas relações internacionais, viu crescer o movimento operário e as ideologias
do socialismo utópico e científico.
(4) Conservadora em
termos políticos, a Europa desenvolveu uma política econômica liberal, que tendeu
à superação progressiva dos nacionalismos europeus e permitiu um avanço rumo à
unidade européia.
(5) Ao aproximar-se a
metade do século, o capitalismo europeu apresentava sinais de que o capitalismo
liberal cedia espaço ao capitalismo monopolista, com indústrias que utilizavam
matérias-primas de vários lugares e buscavam mercados em quase todas as partes
do mundo.
A série de
agitações e movimentos revolucionários que caracterizam a sociedade européia
após 1815 está ligada à insatisfação burguesa ante o estatuto político e social
fixado em 1815 pelas forças conservadoras, insatisfação essa que nada mais é
que a tradução, no plano social e ideológico, dos antagonismos suscitados pelo
rápido desenvolvimento da produção capitalista industrial.
F. Falcon e G. Moura. A
formação do mundo contemporâneo.
9. Com o auxílio do
texto, julgue os itens abaixo, relativos à evolução política ocidental nas
primeiras décadas do século XIX:
(1) O Congresso de
Viena (1814-1815) defendeu o retomo à ordem anterior à Revolução Francesa e ao
período napoleônico, restaurando as antigas fronteiras européias e preservando
os sistemas coloniais.
(2) Sob a inspiração de
Metternich, chanceler austríaco, o Congresso de Viena consagrou o sistema europeu das grandes potências,
autêntica barreira conservadora em torno da França.
(3) A Santa Aliança,
nascida no Congresso de Viena, obteve êxito em sua tentativa de impedir as independências
latino-americanas e as revoluções liberais na Europa.
(4) Fazendo um jogo de
dupla face, a Inglaterra foi conservadora na Europa e liberal em relação às colônias
latino-americanas que buscavam sua independência.
"Os filósofos se erigiram como preceptores do gênero
humano. Liberdade de pensar, eis seu brado, e este brado se propagou de uma
extremidade a outra do mundo. Com uma das mãos, tentaram abalar o trono; com a
outra, quiseram derrubar os altares. Sua finalidade era modificar nas
consciências as instituições civis e religiosas e, por assim dizer, a revolução
se processou (...)"
(Advogado Séguier - 1770)
10. As
revoluções burguesas transformaram a realidade mundial entre os séculos XVII e
XIX. A respeito desse contexto histórico, podemos afirmar que:
(1) a Revolução de
1688, na Inglaterra, representou o triunfo da burguesia capitalista sobre o
absolutismo.
(2) a questão
tributária foi pré-condição dos princípios de cidadania, tanto no caso da
Independência Americana como no caso da Revolução Francesa.
(3) liberdade
individual, liberdade de trabalho, liberdade de consciência, Estado leigo e
igualdade perante a lei, foram princípios da Declaração de Independência
Americana, mas não tiveram os mesmos aspectos na Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão, na França – 1791.
(4) Napoleão Bonaparte
e o Congresso de Viena representaram os avanços conservadores do Antigo Regime,
no quadro europeu do início do século XIX.
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