AULAS 1 e 2 1º ANO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HISTÓRIA
Em um determinado momento de sua existência, a
espécie humana dá início ao seu processo de evolução e altera profundamente a
sua forma de organização, inclusive sentindo a necessidade de interferir na
natureza para adaptá-la às suas necessidades, nesse instante o homem começa a
ter consciência sobre si mesmo.
Uma das grandes perguntas que os estudiosos
têm feito é: como e quando ocorreu o surgimento da espécie humana? Como ocorreu
a sua transformação? Os questionamentos são diversos.
Várias teorias foram e são formuladas tentando
explicar o mistério da vida e a evolução da espécie humana. Entre elas merecem
destaque:
1.
A teoria criacionista, na qual prevalece a visão religiosa.
Segundo os criacionistas, o homem foi criado por Deus a sua imagem e
semelhança, sem ter passado por nenhum processo de evolução que alterasse as
suas características essenciais. Essa teoria é bastante discutida do ponto de
vista científico.
2.
A teoria evolucionista,
inaugurada pelo pesquisador inglês Charles Darwin, defende que a espécie humana
é resultado de um longo processo de evolução e seleção natural. Essa teoria foi
formulada no século XIX e vem sendo objeto de estudo até os dias atuais.
A HISTÓRIA COMO CIÊNCIA
A História é uma ciência, pois adota o método
científico de pesquisa e procura estudar e compreender as relações humanas ao
longo do tempo, ou seja, como os diversos grupos humanos se organizaram e
interagiram com a natureza e com eles mesmos para garantir a sobrevivência da
espécie. As diversas formas de organização, e todas as suas manifestações
culturais, são objetos de estudo, análise e interpretação para a compreensão do
passado, o entendimento do presente e até mesmo do futuro.
Ao longo dos séculos, a visão e os métodos de
estudo da História passaram por várias fases. Na antiguidade, a História era um
relato das batalhas, das vitórias e das grandes realizações dos chefes
militares, reis e imperadores. Alguns poucos, os historiadores passaram a se
preocupar com os sentimentos e a realidade das camadas dominadas da sociedade.
Faziam relatos sobre a vida cotidiana, mas sem buscar a base documental e
interpretativa dos fatos relatados.
Na Idade Média Ocidental, e até mesmo na época
Moderna, a História manteve a sua base de relatos de grandes feitos, só que
agora sob a forte e determinante influência religiosa que, até o século XVI,
foi uma exclusividade católica.
A primeira grande mudança em relação ao ato
histórico surge no século XVIII com o advento do Iluminismo, cujos integrantes
se preocuparam com o entendimento científico, relegando a um plano menor as
influências religiosas e a dos feitos dos grandes monarcas.
Os iluministas buscavam razões concretas,
fundamentadas em uma base documental sólida, para a análise e interpretação dos
acontecimentos. Efetivamente, ocorreu uma diversificação das fontes históricas,
possibilitando uma ampliação do conhecimento e das interpretações sobre o
passado humano. Foram incluídas novas fontes históricas, tais como: moedas,
vestimentas, arquitetura, escultura, pintura, ferramentas, literatura,
registros cartoriais. A História vai deixando de ser apenas um mero relato dos
fatos, vai-se fazendo ciência.
Um grande passo em direção ao fortalecimento
da História enquanto ciência ocorre no século XIX, com o advento de novos
pensadores sociais. Três grandes correntes irão se destacar:
1.
A romântica, que tinha por base a grande epopeia
humana, a ação do herói.
2.
A positivista, desenvolvida a partir das teorias de
Augusto Comte, que defendia a ideia de ciência exata, na qual tudo estava
condicionado à causa e ao efeito;
3.
A marxista,
que enfatiza a fundamental
importância das condições materiais de existência, ou seja, da economia para o
estudo da trajetória das sociedades. As estruturas econômicas (a infraestrutura)
condicionam as demais estruturas humanas (superestrutura). Enfatiza o choque de
opostos – a luta de classes – como elemento fundamental para as transformações
sociais.
No início do século XX (1929), tem início uma
nova concepção histórica conhecida como Escola dos Annales. Ela rompe com a
visão tradicional da História, pois propõe pensar o conhecimento histórico a
partir de uma visão que aproxima cada vez mais a história conhecimento da
história experiência. A História tornou-se interdisciplinar, aproximando-se de outras
ciências sociais e abriu novas possibilidades para o entendimento do passado.
A partir dos Annales, novas fontes históricas
foram incorporadas ao processo de pesquisa. Nasce a História vista de baixo, ou
seja, do cotidiano, das mentalidades, da oralidade, da cultura, da vida
privada, entre outras.
Segundo IDEL
BECKER, em Pequena História da Civilização Ocidental – “Marc Bloch, o destemido mártir da
resistência francesa, é o nobre arauto da historiografia como artesanato: a
História é um ofício – “o ofício de
historiador”. Ele possuía uma nova visão: a teoria histórica devia ser
construída e reconstruída, dentro da prática cotidiana. Lucien Febvre observou
que “Bloch sabia melhor do que ninguém que o tempo não se detém e que os livros
de História, para serem úteis, devem ser discutidos, saqueados, contraditos e
continuamente corrigidos e revistos.” Palavras mais certas não poderiam ser
escritas. Como Febvre acrescentou, “o homem terá de ser estúpido para se
considerar infalível” (Carol Bark). Já o disse Croce: "Toda historiografia
é contemporânea e, portanto, deve ser reescrita constantemente.”
Imaginemos. É o que historiadores sempre se veem
obrigados a fazer. Seu papel é o de recolher vestígios, os traços deixados
pelos homens do passado, de estabelecer, de criticar escrupulosamente um
testemunho. Esses traços, contudo, principalmente aqueles deixados pelos
pobres, pelo cotidiano da vida, são tênues, descontínuos. Para tempos muitos
remotos, eles são raríssimos.
GEORGES DUBY. A Europa na Idade Média.
A PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA
No
século XIX, como resultado da explosão das ciências e do conhecimento, se
desenvolvem novas disciplinas, entre elas a História, que passa a ser
ministrada nas escolas como parte integrante do currículo. É necessária uma
transformação na figura do historiador, levando ao aparecimento do professor de
História e do livro didático. O professor, muitas vezes, acumula a função de
pesquisador e escritor. Os países ganham a sua própria História. No Brasil, em
1838, foi criado o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, com o objetivo de “coligir, metodizar, publicar ou arquivar os
documentos necessários para a História e a Geografia do Brasil...”
Circulando regularmente desde 1839, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro é uma das mais longevas publicações especializadas do
mundo ocidental. Destina-se a divulgar a produção do corpo social do Instituto,
bem como contribuições de historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos,
arquitetos, etnólogos, arqueólogos, museólogos e documentalistas de um modo
geral. Possui periodicidade trimensal, sendo o último número de cada ano
reservado ao registro da vida acadêmica do IHGB e demais atividades
institucionais. R.IHGB
Para facilitar a leitura e o ensino, a existência humana foi
dividida em duas grandes fases: a Pré-História e a História, sendo esta
dividida em quatro grandes blocos de tempo:
História Antiga:
compreende as fases da Antiguidade Oriental e Ocidental. Tem como marco inicial
o aparecimento das primeiras civilizações, por volta de 4500 anos a.C., e se
estende até 476 d.C. quando ocorre a queda do Império Romano ocidental.
História Medieval:
compreende o período que se estende da queda de Roma – 476 – até a queda de
Constantinopla, capital do Império Bizantino em 1453.
História Moderna: estende-se
desde a queda de Constantinopla, em 1453, até a Revolução Francesa, em 1789.
História Contemporânea: estende-se
desde a Revolução Francesa, em 1789, até os dias atuais.
Vale ressaltar que essa divisão é apenas didática e aceita
por um grupo de historiadores ocidentais.
O HISTORIADOR E O TEMPO
Para Fernand Braudel, a "História é a ciência do passado e
do presente, um e outro inseparáveis".
Com base
na afirmação de Braudel, é possível afirmar que o tempo e a função de historiador
são inseparáveis. Assim sendo, os estudiosos tiveram a necessidade de
dimensionar o tempo dos acontecimentos e, no mundo ocidental, aceita-se o
calendário católico para o balisamento dos fatos. Assim, divide-se a História
em antes e depois de Cristo
a.C d.C.
2000, 1500, 1000,
700, 500, 300, 100, 10, 1, 1, 10, 100,
300, 500, 700, 900, 1000, 1500, 2000, 2013
Nascimento de Cristo
O
calendário utilizado no mundo ocidental passou a ser usado em larga escala a
partir de 1582, com uma reforma empreendida pelo papa Gregório XIII, em 1582,
motivo pelo qual ficou conhecido como gregoriano. O calendário possui alguns
erros de cálculo em relação às datas originais, um deles se refere ao ano do
nascimento de Cristo, que segundo estudos mais recentes deve ter acontecido
entre 4 a.C.
a 7 a.C.
Vale
ressaltar que atualmente existem vários calendários em vigor em regiões e
povos, como o povo judeu cujo calendário, que existe há mais de 3300 anos, ocorreu
quando Deus mostrou a Moisés a Lua Nova, no mês de Nissan, duas semanas antes
da libertação dos filhos de Israel do Egito, no ano 2448 após a Criação do
Mundo.
Para os
islâmicos, seguidores do Islamismo, o calendário começa com a Hégira, fuga de
Maomé de Meca para Medina, que no calendário cristão ocorreu no ano de 622.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
A história dá “lições” na medida em que
ensina a dúvida metódica, o rigor, em que é aprendizagem de uma crítica da
informação. É isso que me faz pensar que a história (...) é a ‘escola do
cidadão’, que ela contribui para formar pessoas cujas opiniões sejam mais
livres, que sejam capazes de submeter as informações com que são bombardeadas a
uma análise mais lúcida, (...) menos enredadas nas malhas de uma ideologia. Ela
ensina a ler a complexidade do real.
Georges Duby &
Guy Lardreau. Diálogos Sobre a Nova
História
1. A partir do texto acima, julgue os
itens abaixo sobre o conhecimento histórico.
(1) O conhecimento
da história não se traduz no acúmulo de conhecimentos sobre acontecimentos do
passado; ele os ultrapassa na busca da compreensão de suas causas e de suas
interações recíprocas que formam o processo histórico.
(2) A reeleição de
Fernando Henrique Cardoso para a Presidência, a recente desvalorização da moeda
brasileira frente ao dólar e o caráter conservador do Congresso Nacional são
exemplos de fatos históricos.
(3) A história é um
conhecimento científico, no sentido de que a ciência estabelece as causas
definidas dos fenômenos e apresenta a capacidade de prever acontecimentos
futuros.
(4) O trabalho do
historiador é antes de mais nada a interpretação do real.
(5) Ideologia, de
acordo com o texto, significa o conjunto das ideias acumuladas por uma
sociedade ao longo do tempo.
Para Fernand Braudel a "História é a
ciência do passado e do presente, um e outro inseparáveis". Outro
historiador, Peter Burke, lembra que "por mais que lutemos arduamente para
evitar os preconceitos associados a cor, credo, classe ou sexo, não podemos
evitar olhar o passado de um ponto de vista particular". Já Edward H. Carr
conceitua a História como "um processo contínuo de interação entre o
historiador e seus fatos, um diálogo sem fim entre o presente e o
passado".
2. Com o auxilio do
texto, julgue os itens seguintes.
(1) Segundo os
autores citados, o passado histórico tem vida própria, estando desvinculado das
circunstâncias do tempo presente.
(2) Enquanto a
História se ocupa do estudo dos atos humanos ao longo do tempo, a Geografia
volta-se para a análise atemporal do espaço, desvinculando-o das ações
empreendidas pelas sociedades.
(3) Mesmo que se
volte para o estudo de um passado longínquo, o historiador não está livre de
condicionamentos diversos ao investigar e escrever sobre o tema escolhido.
(4) Já que o passado
não pode retornar, nem ser revivido, a História não pode ser reescrita.
3. (Fundação
Universa/IFB) O atual avanço da chamada história
cultural, ramo da historiografia conhecido desde fins do século XIX e que
foi redescoberto nos anos 70 do século XX, inscreve-se em um contexto em que,
como lembra Peter Burke, “é cada vez mais difícil dizer o que não faz parte da cultura”. Ante a dificuldade de
defini-la, é correto afirmar que o campo em que atua o historiador cultural é,
fundamentalmente, aquele voltado para
a) as relações
sociais de produção.
b) as condições
materiais de existência.
c) o simbólico e
suas representações.
d) os sistemas de
poder político.
e) a arte produzida
coletivamente.
4.
Explique a importância do Marxismo para a produção
historiográfica.
5.
Explique a diferença entre a história vista de cima e a
história vista de baixo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir1)2 -- 2)4 -- 3)b. Correto professor?
ResponderExcluirA resposta da 1 é letra A - O conhecimento da história não se traduz no acúmulo de conhecimentos sobre acontecimentos do passado; ele os ultrapassa na busca da compreensão de suas causas e de suas interações recíprocas que formam o processo histórico.
ResponderExcluircapaz nossssssssssssaaaaaa
ExcluirBelo espaço, parabéns!
ResponderExcluirQuero deixar um dica sobre a história religiosas e suas medidas. http://adventmedidas.blogspot.com.br/
Concordo com maria luiza...esta correta professor? Como obter as respostas?
ResponderExcluirAonde encontro as respostas pra essas perguntas??
ResponderExcluirA partir do texto acima, julgue os itens abaixo sobre o conhecimento histórico.
ResponderExcluirResposta da 1 eh letra A
ResponderExcluirOnde posso ter as tespostas?
ResponderExcluirPreciso das respostas.
ResponderExcluirBest Casinos & Gaming Deals in Henderson | Mapyro
ResponderExcluirTop 10 Casinos in 나주 출장샵 Henderson · 7. Caesars Palace · 6. Golden Nugget 파주 출장샵 · 5. Red Lion · 4. Planet 제천 출장마사지 Hollywood Casino · 3. 동두천 출장안마 BetMGM 전라남도 출장마사지 · 2.